sábado, 18 de julho de 2020

28 de Março

Amor viera-me tarde e proibido em sua forma de viver
Talvez por ele houvesse passado, mas nunca a reconhecer
Maldizei o gim que agora me acompanha a noite
A lembrança de meu amor um açoite na escuridão

Louvo a Dante em seu inferno, a procura de redenção
Pois meus pecados atingem minha fé, queimando-me em perdição
Ardente são as labaredas que queimam a carne dos amantes
E minhas juras são ouvidas em gritos, apaixonados e angustiantes

Uma loba uiva a lua, abandonada por sua alcateia
Em seus olhos toda a tristeza do mundo e amor inflama
E atirando-se nas águas, esconde seu medo da plateia
Não és frigida, não és amarga, é apenas sincera

E dividida entre ter os pés a terra e o pescoço sob o ar
Meu corpo s mantem completo, porém meu ser continua a sangrar
Amaldiçoada a deidade que condena o espirito a forma
Pois sua criação é falha, e ama, e julga e indiferentemente mata


Autora: Sueli Cristina Zubinha Maciel

* Dedicado a Virginia Woolf

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O que se sabe sobre amar?

O que se sabe sobre amar?
Talvez as ondas tragam respostas em seu caminho
Pois o mar salgado trás as lágrimas dos que mais amaram
É um irônico enigma de desventuras pregado pelo destino

O que se sabe sobre amar?
Talvez seja o simples olhar terno de carinho e devoção
O toque quente sobre a pele cativo de tantos significados íntimos
Um misto interno de medo de se perder e felicidade pela afeição

O que se sabe sobre amar?
A fome animalesca causada pelo desejo carnal de se unificar
Nomeiam os amores mais  intensos, loucos e calorosos de paixão
Pois por vezes passageiros trazem com sigo um caminho  de ilusão

O que se sabe sobre amar?
Talvez tenha sido uma invenção para convenção do matrimônio
As jovens virgens entregues em adoração  sobre um altar
Mais saberiam realmente os presentes se estavam a  amar?

O que se sabe sobre amar?
Nada sei, pois aquele a quem meu amor destina-se não encontrei
No entanto sei que os que menos amam, são os que mais falam saber de amor
Amar é uma arte tão complicada que me custa acreditar que todos amem

Autora : Sueli Cristina Zubinha Maciel

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Verdade



Se olhar profundamente em seus olhos, não verei amor a retribuir
Mas amor sempre lhe fora negado e não lhe existe um querer em sentir
Sentimentos cruéis e fora do eixo, por que​ sofrer se pode os inibir?
Talvez você seja mais feliz em seu egoísmo, sem medo de o amor lhe fugir

A cada mordida sinto seu desejo, pois de desejo você nunca se privou
Quentes noites de luxúria, o ardil em seu corpo corrupto se aflorou
Conheceste quem amara e nunca em uma delas se envolveu com paixão
Como beber o néctar doce e manter-se casto? Platonismo confusa ilusão

Um complexo de limitações e hipocrisia, é assim que define o amor
No entanto nunca viveste um em sua plenitude, desfrutando-se de seu ardor
Entrega sempre fora sua forma de viver, doce carpe diem de desordem e problemas
Sem dores, apenas sabores e satisfação, jamais sendo peão de emoções

Beijar-te sentir o ápice da liberdade, abrindo mão da razão e sanidade
Dos laços que criamos, nomeia-os inestimáveis momentos de verdade
Pois não a verdade mais real que a sentida, vivida e prazerosamente cultuada
Em seus olhos não existem emoções ou sentimentos, mas a liberdade do mundo.

Escolha do Destino



Eu ouvi poetas, profetas e os gritos no mar
Mas nunca uma voz além da sua, chamando-me a ficar
O tintilar do copo na mesa, mas uma tentativa de me esquivar
Talvez eu seja apenas um covarde, com medo de lhe machucar

Observando minha vida, acredito não ser sua melhor opção
Vivo de pecados que me corrompem e os quais não mereço perdão
Doce inocência vejo em seus olhos, em uma cruzada por redenção
Mas por mais que tente salvar minha alma, ela já se encontra em perdição

E as luzes em meu caminho, são relâmpagos de prazer e emoção
Alguns dias são mais escuros que a morte, silencio amargo da solidão
Tão cruel é o sentimento de viver e abdicar ao seu toque, nomeio de paixão
Pois pudera ser tão suave e intenso,batendo tão forte em meu coração

Em dias de tormenta, afogo-me no álcool para a dor aplacar
Pois vejo que lhe faço sofrer, mas não posso me aproximar
Deus fizera como uma piada cruel, um demônio se apaixonar

E como uma fumaça turvando minha razão sua voz surge
Delírios de quem não escolhe, mas resiste ao destino de amar
Meu anjo eu lhe beijo na areia eme despeço com seus gritos no mar



Autora : Sueli Cristina Zubinha Maciel

quinta-feira, 29 de março de 2018

Cinco Dias

Cinco dias se passaram depressa
Mais rápido do que esperava
O amor infinito em seus dias
Em segundos agora me deixava

No primeiro dia não existia dor
Apenas o sol que sobre nós brilhava
Todas as flores da primavera se abriam
E em seus braços sentia a liberdade

No segundo dia meu coração batia descompassado
Havia perdido​ os sentidos e a razão
Meu mundo se convertera em sua imagem
E suas palavras se converteram em oração

No terceiro dia me descobri apaixonado
Qualquer limite a qual resistia havia sido quebrado
Pois em seus olhos eu enxergava o amor
E em suas palavras eu sentia a verdade

No quarto dia as nuvens cobriram o brilho
Um frio se estabeleceu em meu peito
As estrelas no céu brilhavam me avisando
Fui surpreendido pelo desespero

No quinto dia meu amor partiu
Não existia mais qualquer sentimento
Meu coração apenas sangrava
E o breu em meus olhos em desalento

As lembranças rasgam a mente sem esquecimento
O toques deixam o corpo em estado frio
O tempo segue com a saudade a fora
Preservando os dias em que fui feliz .


Autora : Sueli Cristina Zubinha Maciel

quarta-feira, 14 de março de 2018

Segundo amor

Ao meu segundo e futuro amor
Seja mais barulhento que o primeiro
Me faça enxergar que é verdadeiro
E que não estou simplesmente a sonhar

Não me cubra de presentes ou diamantes
Apenas me faça rir a cada instante
Jure ser amigo e não apenas amante
E segure minha mão quando precisar

Recorde de mim durante seu dia
Nunca deixe minha cama fria
Prove que em suas palavras posso confiar
E observe comigo a lua, as estrelas e o mar

Cubra a distância com tradicionais cartas
Seja piegas e dance fazendo graças
Diga que estou errada quando fizer bobagens
E faça do amor a mais divertida viagem

Faça do carinho nossa religião
Dos beijos e toques nossa oração
Das lembranças nossa aliança
E a cada olhar uma nova esperança

Autora: Sueli Cristina Zubinha Maciel

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Covarde amor


Eu nunca pedi para amar-me, pois nunca soube amar direito
Palavras na mente sempre foram fáceis, exceto o vazio no peito
E se te soa como infeliz minha covardia, saiba que te amei distante
Entre tantos amantes infiéis eu o zelei, um casto amor constante

Olhei teus olhos por poucos segundos, pequenos cacos do infinito
Talvez seja austero não tentar, mas não desejo partir algo tão bonito
Os bel-prazeres o tornam inconstante, uma amarga busca mundana
Por isso vos chamo amigo, pois conheço os perigos de quem ama

A existência de uma eletricidade, selada com discretos  flertes
Diria que nosso destino estava traçado, porem não me pertenceste
Deixei-o  livre para recordar-te em canções,  pois poesia machucaria
No entanto com palavras lhe gravo, mesmo que em um amanhã fira

Atravessando o muro construído pela mudança, vejo meu querido mentor
E não preciso tocar sua pele ou articular, para verte que sinto amor
Pois no silencio amo-te mesmo que não veja e no abraço ofereço meu calor

Assim como as ondas que beijam o mar, voltaremos a nos reencontrar
Tu não lembrará das palavras turvas ditas e eu continuarei a sonhar
Pois mesmo que tomemos diferentes caminhos, sempre comigo estará




Autora: Sueli Cristina Zubinha Maciel